segunda-feira, junho 13, 2005

Tempo

Perdemos o controlo do tempo. Algures nos dias distraídos, o tempo rebelara-se, e passámos a estar dispersos em cem horas que já não dominamos, ao contrário do que antes parecia acontecer.
Procuro-te, indiferente ao jugo do leviatã, nos lugares e nas coisas que dizem o teu nome e reflectem a tua expressão mais serena.
É nesta quase clemente e tolerante ilusão que transporto a tua imagem aos locais de sempre, suspensos no tempo, procurando as pontes arteriais que uma vaga de velho sangue há muito engolira.

[João Silva]