domingo, fevereiro 20, 2005

Jean-Paul Sartre

O existencialismo é um conceito que, infelizmente, sempre me atraiu. Não que eu concorde com metade das premissas de muitos dos autores ditos existencialistas ( Sartre, Heidegger, Kierkegaard...), mas fascinam-me as descrições da dor associada à existência. Contudo, nunca poderia concordar com frases como “O Homem está condenado a ser livre”, já que isso implica uma negação da lei natural , da natureza humana e, mesmo, da jurisprudência. Ora, tendo eu crescido intelectualmente com autores como Locke e Hobbes, seria incapaz de defender valores que apelam à rebelião individual e à desobediência à lei. A liberdade individual , em autores como Sartre, associa-se sempre a uma inexistência de leis morais. E isso, na minha modesta opinião, é inconcebível.

Assim sendo, aquilo que me seduz na corrente existencialista resume-se aos seguintes dois versos: “I, a stranger and afraid / In a world I never made " (A. E. Housman). Espero que não haja contradição alguma.

[Paulo Ferreira]