sexta-feira, outubro 01, 2004

Tédio

É naquelas tardes solarengas, em que me apoio no parapeito da janela, que me apercebo que o tédio mata o Homem. É através dessa janela sombria que sinto a aproximação do “grande tédio” de que falava George Steiner. No fundo, o Homem é acção, movimento, destruição, luta, conquista. Sem essa acção, sem essa conquista, o Homem enfastia-se, entrega-se a uma indolência perigosa. E, indolente, o Homem tem medo de não existir.

[Paulo Ferreira]