segunda-feira, setembro 13, 2004

A Morte no Amor Romântico

Esta é daquelas coisas. Ou se acredita ou não se acredita. O Amor Romântico, haverá coisa mais bela? A literatura enche-nos de estórias, de poemas, de graça e ilusão. Coisa bela que existe apenas na cabeça de cada um.
No Amor Romântico nada mais interessa que a pessoa amada e o sofrimento que o sentimento nos trás. É um sentimento tão forte que parece que rebenta o coração, em que um simples olhar da pessoa amada faz entrar em pleno êxtase orgásmico. É uma coisa bela, disso não há duvida.
Eu acredito neste amor. Sei que é impossível de o atingir. A natureza humana não o permite, apenas a imaginação o facilita. Mas mesmo assim acredito nela e espero. Espero por ele. Nunca o terei, mas que interessa. Para o ter, era até capaz de morrer.

Mas ai está onde eu pretendia chegar, parece que a única maneira de atingir o verdadeiro amor romântico é através do sofrimento, dum sofrimento alucinante que termina normalmente com uma morte. A nossa, ou da nossa amada. Como diz Nelson Rodrigues, nas suas infalíveis verdades, “Quem nunca desejou morrer com o ser amado não amou, nem sabe o que é amar”.
O que leva a pensar. Não será que, a única maneira de atingir o amor romântico seja através da morte, do destino trágico, daquilo que nos tornará imortal, antes da relação descambar por falta de amor. Não será na morte que está o culminar de todo o amor. De um amor tão forte, tão impossível que, o único meio de o realizar seja mesmo apenas com a morte.
A literatura só fala disso. Existe sempre alguém que morre, tinha que morrer. É o mártir, é o selar do amor eterno. Mas antes da morte existiu o sofrimento, Deus nos livre, de ele não existir. Não acredito que seja possível, mas morreria por ele. Pelo Amor. Sou um eterno Romântico. Que fazer? Talvez morrer.

[Tiago Baltazar]